Por Roberto Carlos Simões Galvão A forte influência exercida pela imprensa sobre a opinião pública, desde há muito tempo vem despertando a atenção de grupos políticos interessados em omitir ou salientar a verdade, conforme suas conveniências. Não há prejuízo à comunidade comparável ao silêncio dos meios de comunicação diante dos descalabros do poder público. A maior rede de televisão do país já foi acusada de omissão frente aos abusos cometidos pelo governo militar à época da ditadura. A referida rede de TV foi complacente diante do terror. Não denunciou o regime anti-democrático, nem as perseguições políticas, nem as torturas. Em troca favoreceu-se da generosa mão do poder, tornou-se rica e poderosa. Mesmo tendo se formado em um Brasil miserável, alcançou a proeza de tornar-se a quarta maior rede de televisão do planeta. Tudo isto enquanto a parcela da imprensa que denunciava o regime autoritário era censurada de todas as formas, conforme demonstra a história de jornais como a Folha da Tarde, atual Folha de S. Paulo, ou ainda O Estado de São Paulo. A realidade de tais fatos não se restringe à grande imprensa nacional, tampouco se limita a uma época da história. Em qualquer tempo ou lugar a imprensa poderá render-se aos interesses infames de grupos poderosos. Bastando para isso que se omita diante da corrupção, bastando senão que informe haver austeridade em órgãos públicos, cujos cofres sabidamente são arrombados na calada da noite. O político corrupto jamais dispensará o apoio da imprensa de sua região. Busca favorecê-la de todas as formas, cede benefícios, promove isenções fiscais, etc. O retorno, quando ocorre, vem em forma de apoio político traduzido nas manchetes dos jornais. A palavra emitida nos canais de rádio, televisão e imprensa escrita, expressam o perfil dos homens públicos. Poderá destituí-los do poder ou alicerçá-los neste ainda mais. O bom jornalista não teme as propostas imorais, nem se cala diante da corrupção. Prima antes pela verdade que pelos benefícios da omissão. Os ganhos oriundos da verdade omitida poderão fazer da imprensa uma empresa lucrativa, nunca um canal de união entre o cidadão comum e a realidade de seu tempo. Ainda existem mídias que, mesmo recebendo concessões públicas de funcionamento, ilegalmente, teimam em defender grupos políticos de suas preferenciais partidárias; sem pudor, produzem apologias tendenciosas, descaracterizando o papel da combativa imprensa autônoma e livre das amarras alienadoras dos coronéis, caciques da velha política conservadora, que se acham donos de currais eleitorais e votos de cabrestos. Fonte http://www.partes.com.br | |
11 de mai. de 2011
ÉTICA NA IMPRENSA
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