30 de abr. de 2011


1886 - Em Chicago (EUA), sucedem-se uma série de conflitos laborais que culminam numa greve que ficou conhecida pela "greve dos três oitos": Oito horas para trabalhar, oito horas para descansar e oito horas para estudar. Esta data passou a ser assinalada como o Dia Internacional do Trabalhador.

"A vida podia ser bem melhor, e será". Vinte anos sem Gonzaguinha.



Foi no dia 29 de abril de 1991 que Luiz Gonzaga do Nascimento Junior, o Gonzaguinha, deixou a vida aos seus 45 anos, vítima de um acidente de automóvel no interior do Paraná. Gonzaguinha morreu cedo e deixou uma obra belíssima com canções que são verdadeiros hinos que temos a obrigação de rememorar. Deixamos aqui registrada nossa lembrança e a saudade desse imenso poeta na certeza de que de fato "a vida podia ser bem melhor e será" e é por "acreditar na rapaziada" que sempre vamos a luta. 




Fonte www.pstu.org.br (blog Molotov)


CHEGA DE ACHAR COMUM SER TRATADA DE FORMA INCOMUM!


Um dia “normal” no Brasil e no mundo, só que dessa vez o episódio aconteceu comigo, não que não tenha acontecido antes, mas nunca tão explicito. Moro numa pequena cidade histórica da Chapada Diamantina, Rio de Contas e no dia 23 de abril de 2011, fui agredida fisicamente, além de sofrer difamação, seguido de discriminação racial numa festa infantil!  Primeiro aninho da filha de minha amiga de infância. Eu estava acompanhada do meu sobrinho de três anos, que na hora dos parabéns, estava sendo agredido por outra criança da mesma idade, e bem maior fisicamente. Ao ver aquilo, chamei meu sobrinho e pedi para a outra criança parar, dizendo: - Bate nele não viu, mô?.
Nesse momento, a mãe do menino que estava afastada, veio na minha direção gritando: “Não grita com meu filho sua neguinha, vagabunda!!” Em seguida agarrou no meu seio e me deu um beliscão. Fiquei paralisada. Só conseguia perguntar à agressora, a Senhora Iracema Abreu Teixeira, se ela estava ficando louca. Não tive reação, não conseguia tamanha era a minha indignação. Não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo! Ela saiu dizendo impropérios racistas e preconceituosos, me chamando de “negra preta do cabelo duro e dizendo que ia arrancar minha peruca”. O fato de eu ter assumido o meu cabelo e principalmente a minha identidade, serve de chacota para fantoches manipulados pela mídia que dita um padrão de beleza ideal. Havia outra mãe entre mim e a agressora que ficou indignada com a reação daquela mãe racista e violenta, pois acompanhou todo o acontecido.
No momento não cultuo nenhum tipo de mágoa ou rancor, só anseio por justiça, numa terra de filhotes de coronéis, onde até hoje as pessoas são submetidas a situações como essa, por famílias que se dizem tradicionais e/ou contam com apoio político local desde sempre. Quero que todos saibam que não precisamos nos calar mais, chega de submissão e humilhação.
Sigamos o exemplo de Maria Brandão, riocontense que no início do século 20, nunca se curvou diante das discriminações que sofreu por ser mulher, negra e filiada ao antigo PCB, mesmo não tendo a Lei, à época a seu favor. 
Estamos no século XXI, em um país democrático, que possui uma das constituições mais belas e humanitárias das nações. Não é possível que continuemos convivendo com situações semelhantes a estas, por parte de gente que perdeu o bonde da história e ainda vive no século XIX, quando era aceito normalmente todos os tipos de discriminação. Morar em uma cidade pequena, histórica, não dá a ninguém a licença de ser mal informado, ou um mau cidadão/cidadã. Essas pessoas precisam entender que racismo é crime, e tem de ser tratado como tal. Por isso, busco com este relato mostrar um recorte do que é o dia a dia sem máscaras sociais em Rio de Contas, em que a democracia racial ainda sofre com episódios terríveis como este. Muitas pessoas testemunharam, mas sentem medo, não querem se indispor, preferem não se expor. Não vou dizer que entendo, mas respeito e espero que nunca passem por isso, afinal ninguém está livre, visto que poucas mascaras se permitem cair. 
    Elaine Aparecida Santos de Novais
Sou mulher, negra, estudante de agronomia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, participo de movimentos sociais, assumo meu cabelo, assumo minha cor, assumo minha identidade, não vou me calar, não vou me acomodar e este não vai ser só mais um caso engavetado e barrado por pessoas que se dizem influente. 

Por  Elaine Aparecida Santos de Novais
          elainesnovais@hotmail.com
  


29 de abr. de 2011

O LEITOR OPINA: JOARLEM



Concordo plenamente. Contraditório quando se diz que o Estado brasileiro é laico e têm-se símbolos religiosos nas instituições públicas. Um dia assistir a uma reunião na Câmara dos Vereadores de Ipiaú e vi como é desnecessário e sem sentido a leitura da bíblia naquele ambiente, porque depois de tê-la lida começam a baixaria, nossos representantes ofendem uns aos outros, não aparecem a todas as reuniões, brigam por poder em vez de lutar por melhorias na qualidade de vida da população, torcem para que o colega governante não lidere bem porque pertence a oposição e outras coisas ridículas uma falta de respeito tamanha com o povo ipiauense.

Jesus Cristo não aprova estas coisas.Se estes símbolos só estão lá por enfeite não há razão de permanecer. Se essa "fé" que eles têm influenciasse nos seus comportamentos, com certeza a realidade seria outra e bem melhor.

Professore​s da UNEB deflagram GREVE por tempo indetermin​ado




Greve é com mobilização!

Como encaminhamento, a assembleia instituiu o comando de greve. A primeira ação do movimento grevista na UNEB é a construção e participação, no dia 28 de abril, às 14h, da passeata que ocorrerá do Campo Grande à Praça Municipal em conjunto com os movimentos grevistas das demais Universidades Estaduais.  Amanhã, às 10h, haverá reunião do comando de greve para ampliar o calendário de mobilização e tomar as primeiras providências da greve. 

 Fonte: ascom aduneb

28 de abr. de 2011

TORTURADOS QUE DÃO DEPOIMENTOS EM "AMOR E REVOLUÇÃO" CHAMAM MAIS ATENÇÃO


Foto: Lourival Ribeiro (SBT)
 
por Paulo Ricardo Moreira, publicado originalmente no O DIA ONLINE
Durante aproximadamente uma hora, a educadora Maria Amélia Teles, 66 anos, narrou, diante das câmeras, a dolorosa experiência pela qual passou nos porões da ditadura. O depoimento de Amelinha — presa e torturada pelos militares em 1972 — foi exibido no fim do primeiro capítulo de ‘Amor e Revolução’, do SBT, com pouco mais de três minutos. Mas, apesar de editados, os relatos vêm emocionando o público, trazendo de volta ao debate um episódio triste e cruel da história do Brasil. “É sempre um sofrimento falar de tortura”, diz ela. “Mas acho importante denunciar isso, para que a sociedade tenha conhecimento e tome medidas para prevenir”.
Amelinha ficou presa por um ano no DOI-COD, em São Paulo. Chegou a ser torturada na frente dos filhos, Janaína e Edson Luís, que tinham 5 e 4 anos na época. Para ela, o País ainda tem uma dívida política com a sociedade: “Tem que localizar os corpos dos desaparecidos, para que sejam sepultados. Existe uma sentença da Justiça internacional, mas o Brasil não a cumpre. Isso é muito grave”.
Primeiro jornalista a ser preso logo após o golpe de 1964, o mineiro Jarbas Marques, 67, foi levado à prisão novamente em julho de 1969 depois de entrar para a luta armada. Em seu depoimento de mais de uma hora — quatro minutos no ar —, ele fez chorar as pessoas que assistiam à gravação ao descrever como foi brutalmente torturado no Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca. Durante cinco meses, serviu de cobaia para os torturadores testarem novas técnicas, sendo transferido de um lugar para o outro, no Rio e depois em Brasília. “Sou referência como sobrevivente da tortura no Brasil. Eles me usavam para dar aulas, ensinar a outros soldados como torturar”, conta o jornalista, que levou choques na bolsa escrotal e foi afogado em barris cheios de urina e fezes. 
Jarbas frisa que a novela tem enfatizado mais a tortura no pau de arara. “Mas a gente ficava nu. Tinha muita tortura sexual, estupro. Isso não dá para mostrar, é insinuado”, ressalta ele, que hoje é convidado para palestras e seminários sobre Direitos Humanos. 
Presidente do Tortura Nunca Mais, a jornalista Rose Nogueira, 65, foi presa um mês após ter dado à luz, em 1969. “Fiquei mal ao dar o depoimento. Para mim, a pior coisa que me aconteceu foi ser obrigada a tomar uma injeção para parar de ter leite”, conta ela, que ficou confinada com a presidenta Dilma Roussefff no presídio Tiradentes antes de ser levada ao Dops, em São Paulo, onde foi torturada. “Tive muito sangramento e não podia tomar banho. Usava papel higiênico como absorvente. Eles riam de mim, me batiam porque eu fedia”, emociona-se.
Amiga do jornalista Vladimir Herzog, torturado e assassinado pela ditadura em 1975, Rose destaca que a novela tem o mérito de resgatar uma história que muita gente ignorava. “É um ganho enorme para o País saber que isso tudo existiu”, afirma.
Segundo o autor Tiago Santiago, a novela deverá ter 150 depoimentos. O ex-ministro José Dirceu também contou sobre sua prisão, em 1969, e o período em que viveu exilado em Cuba e clandestino no Brasil. “Quando chegamos ao Dops, houve uma sessão de pancadaria, de chutes”, recordou. A produção ainda tenta a presidenta Dilma. “Os depoimentos servirão como arquivo e memória desses anos de grandes perseguições e violências”, diz Tiago Santiago.

DEPOIMENTOS

ROSE NOGUEIRA - presidente do Tortura Nunca Mais,65 anos
“Sofri tortura física, moral e sexual. Apanhei muito. Tive muito sangramento dos 40 dias pós-parto. Usava papel higiênico porque não tinha absorvente. Tive uma infecção e não pude mais ter filhos”

JARBAS MARQUES - jornalista, 67 anos
“Eles arrancaram meu bigode e minha barba com alicate, botaram esparadrapo na minha boca e aí vinha o torturador e me afogava com um conta-gotas, dizendo uma porção de coisas. Sofri vários experimentos, meu corpo foi usado para aulas de tortura”

MARIA AMÉLIA TELES - educadora, 66 anos
“Fui torturada a noite toda, nua. Já tinha levado choque no ânus, na vagina, nos seios, no umbigo, nos ouvidos, na boca. Só não levei choque dentro do nariz e dos olhos. Enquanto torturavam a gente, eles foram até a minha casa e buscaram meus filhos”.

26 de abr. de 2011

Exclusivo! TCM mantém rejeição de contas de José Mendonça



Por: Márcio Martins, direto do TCM


O Tribunal de Contas dos Municípios manteve a decisão do primeiro julgamento, rejeitando nesta terça-feira (12/04) as contas da Câmara Municipal de Ipiaú no período de 2009, referente ao mandato do então presidente José Andrade Mendonça. O pedido de reconsideração foi rejeitado pelos auditores do TCM em decisão unânime.

O TCM reconsiderou apenas a multa de R$ 1.500,00 aplicada no julgamento anterior e manteve a rejeição das contas baseado nas infrações do artigo 42 da lei 4.320/64.
 
O vereador José Mendonça ainda tem como lutar contra a inelegibilidade decorrente da condenação do TCM. Ele pode entrar com ação na justiça comum e protelar por um bom tempo o processo até a próximas eleições, suspendendo a condição de inelegível por 8 anos até julgamento do mérito.
 
VEJA MOTIVOS DA REJEIÇÃO:
Diante do visto e examinado, com fulcro no art. 40, inciso III, alínea “a” da Lei Complementar nº 06/91, combinado com o art. 2º, inciso XXI, da Resolução TCM nº 222/92, vota-se pela emissão de Parecer Prévio no sentido de REJEITAR, porque irregulares, as contas da Câmara Municipal de Ipiaú, relativas ao exercício financeiro de 2009,constantes deste processo , de responsabilidade do Sr. JOSÉ ANDRADE MENDONÇA. Vota-se, outrossim, pela emissão de DELIBERAÇÃO DE IMPUTAÇÃO DE DÉBITO, nos termos da Lei Complementar Estadual nº 06/91 e do estatuído no § 3º, art. 13, da Resolução TCM nº 627/02, tendo em vista as irregularidades praticadas pelo Gestor e registradas nos autos, especialmente:
 
➢As consignadas no Relatório Anual;
➢Realização de despesas imoderadas ferindo os princípios constitucionais da razoabilidade e da economicidade;
➢Utilização de créditos adicionais suplementares sem o correspondente Decreto Executivo de abertura, indo de encontro ao art 42, da Lei Federal nº 4.320/64, irregularidade constante, ainda, do art. 2º, inciso XXI, da Resolução TCM nº 222/92;
➢Não cumprimento do disposto no do art. 29-A, da Constituição Federal;
➢Inserção de dados no Sistema LRF-net após encerramento dos prazos,
em desobediência à Resolução TCM nº 1.065/05;
➢Não cumprimento dos prazos previstos nas Resoluções TCM nºs 1.123/05 (SICOB) e 1.253/07 (SAPPE).

De acordo com o julgamento no TCM, podemos afirmar que a situação do prefeito Deraldino Araújo poderá ser a mesma, até porque na administração dele em 2009 foram constatadas dezenas de irregularidades e não somente erros técnicos e as contas também deverão ser rejeitadas no julgamento do recurso. É esperar prá ver!


24 de abr. de 2011

O CORDEL DO BIG BROTHER BRASIL

                               


Curtir o Pedro Bial

E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão
Em frente à televisão.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.
Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.

Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos, Poetas,
trabalhadores?

Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?
Barreto termina assim
Alertando ao Bial:

Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

Barreto;Educador, cordelista, Brasileiro e Bahiano.

Autor: Antonio Barreto,
      Cordelista natural de Santa
                  Bárbara-BA,residente em Salvador. 

ESSE FRADE FALOU EM NOME DE TODOS OS CRISTÃOS


Não quero ver a Cruz nas Câmaras Legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.
  Não quero ver a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados.

 Não quero ver a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas (pobres) morrem sem atendimento.

   É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo,  por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas..

 Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião.

 A Cruz deve ser retirada !

  Nunca gostei de ver a Cruz em tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são vendidas e compradas.
 Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa da desgraça dos pequenos e pobres.

 Frade Demetrius dos Santos Silva - São Paulo/SP


Fonte - Ipiaú Notícias



22 de abr. de 2011

CALÍGULA, UM MALUCO NO PODER

O aspecto assustador e o desequilíbrio mental do terceiro imperador de Roma inspiravam medo e terror na população Caligula Caesar, gravura, artista da escola italiana, 1596
                 
Que o terceiro imperador romano tenha sido um sanguinário, ninguém duvida. Suas famosas crises de epilepsia, porém, explicam pouco ou nada desse perfil. Para conhecê-lo, é preciso falar de suas origens familiares e do ambiente depravado que o cercava.   


A história não foi complacente com Calígula, o detentor de um reinado tão curto quanto violento no primeiro século de nossa era, em Roma. Ele permaneceu no poder de março de 37 até seu assassinato, em janeiro de 41. Foi o terceiro imperador romano, membro da dinastia júlio-claudiana, iniciada por Augusto.

A reputação de louco feroz, capaz de incríveis crueldades, foi construída ao longo de apenas quatro anos de poder, um período curto demais para fama tão arraigada, mas nada indica que ele fosse diferente do que ainda hoje se diz do personagem. O próprio nome Calígula tornou-se sinônimo de atrocidade.

Cabe, contudo, buscar a fonte primordial: a obra A vida dos doze césares, do escritor e historiador Caio Suetônio (69-c.141), que não foi contemporâneo de Calígula, mas ótimo observador dos costumes romanos. Outros historiadores, como Filo (30-50 d.C.), Josefo (37-92 d.C.) e Dião Cássio (data imprecisa do século II), também citaram o imperador em suas obras. Especificamente no caso de Calígula, Suetônio é de longe o mais influente entre os quatro, mesmo que se apontem frequentemente imperfeições em sua obra.

Para conhecer o monstro da antiga Roma, parece uma boa opção desistir de buscar refúgio atrás das crises de epilepsia de Calígula e de algumas insanidades a ele atribuídas. Doenças física e mental explicam uma parte, talvez pequena, da biografia. A outra parte passa necessariamente por sua origem familiar, o ambiente depravado no qual cresceu e, sobretudo, o estado das instituições do Império.

Até porque na Antiguidade a epilepsia simplesmente não era compreendida como hoje. Era um estigma na vida do paciente e uma mancha em sua biografia. Foi preciso que nascessem homens como os escritores Fiodor Dostoievski e Gustave Flaubert ou um teórico e político como Vladimir Lenin, todos epiléticos, para que o mundo passasse a ver a doença de outra forma. A percepção de que doença e crueldade não caminham juntas certamente nem passava pela cabeça dos historiadores antigos.


FONTE  http://www2.uol.com.br/historiaviva/

LEI TIRIRICA PELO VOTO MAJORITÁRIO SIMPLES


Começou a ser debatida no Congresso a 
Lei Tiririca pelo voto majoritário simples
O que é isso?
Em poucas palavras é que, se aprovada, só será eleito quem tiver mais votos. E hoje não é assim?
Não! Hoje um candidato pode ter menos votos que seu concorrente e ser eleito mesmo assim, pois o que vigora ainda é o sistema proporcional baseado no coeficiente eleitoral, ou seja, as vagas são distribuídas conforme o número de votos recebido pela legenda ou coligação, fazendo que sejam eleitos políticos com muito menos votos que outros candidatos.
A mudança proposta é para acabar com o candidato puxador de votos, normalmente um político importante ou uma celebridade.
O falecido Enéias foi eleito com 1,5 milhões de votos, por isso “puxou” um deputado com apenas 275 votos, enquanto um candidato que teve 128 mil votos não pode representar o povo.
“É um pouco chocante”, disse Michel Temer, um dos defensores do voto majoritário simples, apelidado “carinhosamente” de Lei Tiririca. Precisa dizer o por quê?
Se a Lei Tiririca for aprovada os partidos vão parar de convidar candidatos famosos só com o interesse de arrecadar votos para eleger outros candidatos, e nem procurar ter um grande número de candidatos só para engordar o coeficiente eleitoral.


21 de abr. de 2011

FATOS, ESPECULAÇÕES E MITOS DE UMA HISTÓRIA NACIONAL



Mi.to s.m.1 relato fantástico protagonizado por seres de caráter divino ou heroico que encarnam as forças da natureza ou os aspectos gerais da condição humana; lenda, fábula. 2 crença ou tradição popular que surge em torno de algo ou alguém. 3 fig. Uma noção falsa ou não comprovada. 



Este é, segundo o dicionário Houaiss, o significado da palavra mito, mas poderia ser a definição de dois importantes nomes da História do Brasil: Pedro Álvares Cabral e Tiradentes. Sobre eles e sobre os fatos históricos dos quais fizeram parte – o Descobrimento do Brasil e a Inconfidência Mineira – há versões e mais versões. Entre o relato oficial e as muitas especulações, uma certeza: estes dois momentos e seus principais personagens foram marcantes e determinantes para a História nacional.
Para entender a relevância deles, é preciso conhecer melhor suas trajetórias. Começando pelo Descobrimento do Brasil, navegamos de volta no tempo até o século XV. Após chegar à Ilha da Madeira e ao arquipélago de Açores e de ultrapassar o cabo Bojador, os portugueses tinham, em 1481, praticamente toda a costa africana sob seu controle. Mas a primeira ligação por mar entre a Europa Ocidental e a Índia só foi estabelecida em 1497, por Vasco da Gama.

Satisfeito com a expedição de Vasco da Gama, D. Manuel, rei de Portugal, decidiu enviar uma esquadra à Índia. No comando de 13 naus e 1.500 tripulantes estava Pedro Álvares Cabral. Durante a aventura, iniciada no dia 9 de março de 1500, um motivo não explicado fez a esquadra se afastar da costa africana e chegar, no dia 22 de abril, ao Brasil. Após uma semana Cabral retomou o caminho do Oriente, mas antes enviou a Lisboa uma carta de Pero Vaz de Caminha.

Quem descobriu o Brasil?

O Brasil estava oficialmente descoberto. Mas como na História, assim como em outras ciências, toda verdade é relativa, a versão oficial vem, ao longo dos anos, sendo questionada. Alguns estudiosos acreditam que Cabral tinha instruções para afastar-se de sua rota e tomar posse do Brasil. Segundo eles, outro português tinha estado aqui anteriormente. Considerado um gênio na astronomia, geografia e navegação, Duarte Pacheco Pereira teria, supostamente, chegado ao país em novembro ou dezembro de 1498.



Mas esta não é a única especulação acerca do Descobrimento do Brasil. O navegador espanhol Vicente Pinzón também é apontado como possível descobridor. Ele teria chegado aqui dois meses antes de Cabral. Estudiosos como o britânico Gavin Menzies vão além. Segundo ele, a armada chinesa esteve no litoral brasileiro em 1421. Já o professor de Filosofia e História, Ludwig Schwennhagen, defende a ideia de que os fenícios usaram o Brasil como base durante aproximadamente 800 anos.

Se não é possível saber ao certo o que aconteceu, resta a certeza de que foi a partir da oficialização do Descobrimento do Brasil que a nação começou a se formar, mesmo que em ritmo lento. Embora em sua carta Caminha tenha dado informações sobre a região e também feito algumas prospecções sobre o potencial econômico local, somente três décadas mais tarde os portugueses iniciaram as atividades regulares de colonização no Brasil. E é aí que nossa História efetivamente começa.

A colonização do Brasil foi um processo de povoação, exploração e dominação. O objetivo da Corte portuguesa era transformar o novo território em fonte de renda. Além de definir a forma de colonização, a exploração portuguesa foi determinante para outro momento importante da História brasileira – a Inconfidência Mineira – e para a construção de mais um mito nacional – Tiradentes.



Inconfidência Mineira






A partir da metade do século XVIII, a extração de ouro em Minas Gerais entrou em declínio. O governo português, no entanto, atribuiu a queda na produção ao provável contrabando e continuava exigindo pesados tributos dos mineradores. Em 1788, Visconde de Barbacena assumiu o governo de Vila Rica e, cumprindo ordens de Lisboa, colocou em prática a derrama – cobrança dos impostos atrasados.
A medida, claro, criou um clima de revolta e levou membros da elite e da sociedade a planejar um movimento contra a Coroa, a Inconfidência Mineira. Mas Joaquim Silvério dos Reis delatou o movimento ao governador em troca do perdão de sua dívida pessoal e as ideias dos inconfidentes terminaram não saindo do papel.

A par dos planos dos inconfidentes, o governador ordenou que Joaquim Silvério seguisse os passos de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que na época estava no Rio de Janeiro, capital da Colônia. Tiradentes tentou fugir, mas acabou preso e assumiu sozinho a autoria dos planos. Condenado à forca, morreu no dia 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro. Sua cabeça foi levada para Vila Rica e pendurada em praça pública. Começou, assim, a ser criado mais um mito nacional.

Filho de Domingos da Silva Santos, português proprietário rural, e de Antonia da Encarnação Xavier, Tiradentes trabalhou como mascate e minerador, além de ter sido sócio de uma botica em Vila Rica. Foi lá que passou a se dedicar ao exercício da profissão de dentista, que lhe valeu o apelido de Tiradentes. Foi ainda alferes do Regimento dos Dragões de Minas, e alguns estudos revelam que, neste período, passou a observar e criticar a espoliação do Brasil por portugueses.

Ao longo dos anos, a figura de Tiradentes teve diversas interpretações e por muito tempo a Inconfidência foi vista como uma revolta de pouca ou nenhuma importância. Coube aos chefes e ideólogos da campanha republicana resgatar a figura de Tiradentes e projetá-lo como o primeiro líder popular da luta pela Independência. Logo após a Proclamação da República, em 1889, Tiradentes vira oficialmente herói nacional, e em 1890, o dia de sua execução, 21 de abril, é declarado feriado nacional.

fonte http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br

 Albione Opina: O termo descobrimento expressa uma visão eurocentrica, pois estabelece a chegada de Cabral e o registro de caminha como "certidão de nascimento do Brasil". Esta versão escamoteia a existência dos povos pré-colombianos que habitavam este continente, com suas culturas e organizações sociais, produzindo suas histórias (pinturas rupestres, cerâmicas, vestígos arqueológicos etc).

Também é questionável a hipótese da chegada casual de cabral, sobretudo considerando que o tratado de Tordesilhas, aprovado desde 1494, dividindo a "América" entre Portugal e Espanha, foi estabelecido 6 anos antes da chegada de Cabral e  sua esquadra na América portuguesa. Assim a terra já conhecida apenas foi formalizada a posse em 22 de abril de 1500 por Portugal.




 
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