A CSP Conlutas Bahia vem se solidarizar com a luta dos docentes das universidades estaduais da Bahia (UEFS, UESB, UESC e UNEB) em greve pela retomada das negociações sobre a incorporação da CET, com a retirada da cláusula que congela os salários por quatro anos e pela revogação do Decreto 12.583/2011, que contingencia orçamentos para os serviços públicos.
Sabemos que a pauta dessa greve não encerra todas as demandas do Movimento Docente, mas a conclusão do acordo de incorporação da CET, diga-se campanha salarial de 2010, portanto com mais de um ano de atraso, e a revogação do decreto garantiriam melhorias das condições salariais dos docentes, além de minimizar os ataques à autonomia das universidades estaduais baianas, desferidos pelo governo Wagner.
A radicalização do Movimento Docente, através da deflagração da greve por tempo indeterminado, foi uma conseqüência da intransigência do governo, uma vez que, todos os recursos foram utilizados pelos docentes na tentativa de sensibilizá-lo a reabrir as negociações da campanha salarial 2010 (interrompidas em dezembro passado) e a revogar o Decreto 12.583/2011 (editado em fevereiro desse ano), bem como não interferir nos processos de promoção, progressão e mudança de regime de trabalho e a resposta obtida foi o silêncio por longos meses!
A greve deflagrada pelos professores das universidades estaduais tem tido grande visibilidade na sociedade baiana, seja através da imprensa seja através dos atos realizados pelo movimento grevista e certamente, isso vem provocando a ira dos chefes do estado resvalada pela descompostura do governador e seus representantes que declaram pela imprensa que a greve não tem motivos.
Essas declarações são uma afronta ao movimento docente, que esperou quatro longos meses sem respostas sobre as negociações salariais. Até o momento, quando se reúne com os docentes, os representantes do governo dizem tratar-se de “mesas de conversa” “de diálogos”, “não de negociação” enquanto o movimento docente considera esse exercício de retórica desnecessário, pois não teria outro motivo para confabular com o governo, senão discutir sua pauta e negociá-la.
A tentativa de desqualificar o movimento dos professores universitários demonstra mais uma vez, o completo descaso com que a educação superior na Bahia é tratada pelo governo Jacques Wagner, pois garantir condições dignas aos trabalhadores da educação seria um dos principais investimentos numa política de valorização e manutenção da educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, o que não se verifica com a seguinte constatação: o Estado mais rico do Nordeste paga um dos piores salários aos professores universitários das estaduais nordestinas!
O governo Wagner repete mais uma das práticas dos truculentos governos carlistas, cortando o salário dos professores em greve! Isso representa a tentativa de criminalizar o movimento grevista e é um violento ataque ao direito de greve dos servidores públicos! Saudamos a resistência dos companheiros e companheiras docentes que não se deixaram intimidar! Sua resistência serve ainda, para lembrar ao governo de ex-sindicalistas que a classe trabalhadora conquista e mantém direitos conquistados com enfrentamento ante aos autoritarismos de governantes de quaisquer matizes ideológicos.
A greve dos professores das universidades estaduais baianas ocorre num contexto de crise do capital e o que o governo do Estado não diz é que, a política de contingenciamento, corta gastos sociais, arrochando os salários dos servidores e precarizando ainda mais os serviços públicos enquanto garante lucros espetaculares aos rentistas e banqueiros. A luta dos professores das UEBA, se inscreve na defesa da bandeira histórica da CSP Conlutas por uma educação pública, gratuita e de qualidade.
COORDENAÇÃO ESTADUAL CSP CONLUTAS BAHIA
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