10 de mar. de 2011

POR DETRÁS DOS FLASHES!



“Novidade: Chaveiro com sua foto. Veja sua foto sem compromisso!”

Nem sempre máquina fotográfica digital em mãos, sedentas por flash, significa passeio de fim de semana, férias, ou quiçá Hobby de quem não tem o que fazer. Ao contrário, em algumas rodoviárias baianas (já presenciei em Itabuna e Feira de Santana), numa situação bem diferente da referida, você poderá ser abordado por pessoas fotografando a serviço duma empresa, que circulam incansavelmente em busca de posses perfeitas dos transeuntes que esperam a chegada de seus ônibus.

Não importa a idade, sexo, religião ou classe social. Todos são fotografados, indistintamente, uma verdadeira democracia. Após o close, basta um toque sutil do click e surge no visor da máquina a fotografia digitalizada do sujeito. Logo vem a argumentação da vendedora: “ficou ótima! Sem defeito!”. Em alguns casos, depois de muita lábia o fotografado convencido de sua esbelteza leva a fotografia pra casa.

O problema maior é quando a argumentação da fotógrafa não funciona. Pois é... Quando não convence, o resultado é o desemprego. Eu havia percebido que sempre que passava pela rodoviária era abordado por fotógrafas diferentes. Intrigado, busquei informações e descobri que havia cotas mínimas diárias para continuaram trabalhando, por isso a permanência no trabalho, era em média, uma ou duas semanas. Que maneira mais cínica de ter mão de obra barata e rotativa!

Durante um diálogo com uma fotógrafa ela afirmou que seu horário de trabalho era da 8:00 às 13:00. -Como já era mais de 14:00 hs, perguntei-a por estava no batente? ; ela me revelou que quando não cumpria a meta mínima por dia, (10 fotografias) costumava ultrapassar o seu horário normal. Afinal, não queria perder o “emprego” pois, certamente haveria alguém esperando a sua vaga.

Interrompemos o diálogo quando a garota avistando um jovem, vai ao seu encontro, disparando a máquina e lançando sua “sorte” aguarda ansiosamente a venda da fotografia. Apesar do não, como resposta, supera-se e não sucumbe ao desanimo; segue em busca da desejada fotografia que garantiria sua permanência naquela ingrata função exercida por detrás dos flashes.


Por Albione Souza - Historiador

Pré- candidato a prefeito de Ipiaú, pelo PSTU





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