2 de jun. de 2011

Vassoura-de-bruxa: “recebi ‘recados’ para parar o documentário”, diz pesquisador

Dilson Araújo, autor de um documentário sobre a introdução da vassoura-de-bruxa no sul da Bahia. "Vassoura foi Crime".
A Deputada Ângela Sousa e os Deputados Augusto Castro e Temóteo Brito ouviram atentamente o pesquisador.


O pesquisador Dilson Araújo, autor de um documentário sobre a introdução da vassoura-de-bruxa no sul da Bahia, afirmou na manhã desta sexta-feira, dia 27, que está recebendo “recados, telefonemas, avisos anônimos para parar de produzir o documentário”. “Desde que começamos a filmá-lo, recebemos telefonemas e avisos anônimos, o que caracteriza ameaça velada”, acrescentou.
Dilson Araújo fez as declarações para o público formado por deputados estaduais, empresários, produtores de cacau, trabalhadores rurais e dirigentes da Ceplac. “A introdução da vassoura-de-bruxa foi um crime contra uma região e a conseqüência desse crime é a favelização das nossas cidades”, disse
No sul da Bahia, a vassoura-de-bruxa foi descoberta em 23 de maio de 1989, em uma propriedade agrícola de Uruçuca e causou um grande impacto na economia cacaueira baiana. “Foi um crime comprovado pela Polícia Federal e os danos são incalculáveis. De quem é a responsabilidade por esse ato criminoso? Enquanto não tivermos a resposta, a população e os cacauicultores estarão penalizados”.
Para Dilson Araújo, a introdução da doença na região “ainda é um tabu e a sociedade precisa discuti-lo assunto ampla e publicamente, com maturidade suficiente para desvinculá-lo de qualquer interesse particular ou partidário”. O pesquisador entende que “se os produtores de cacau, com apoio de todos os segmentos, não continuar nessa luta, não a região não vai deslanchar e todos nós vamos continuar perdendo”.
Projeto de pesquisa em 2009, o que era uma idéia da realização de um documentário sobre vassoura-de-bruxa, hoje é um filme feito nas versões cinema, TV e DVD, em português, inglês, francês e espanhol. “A verdade precisa vir à tona e estamos fazendo esse trabalho, com base em mais de 2.500 documentos, num esforço muito grande, com a colaboração e a doação dos produtores. O custo do projeto está em torno de R$ 45 mil e as colaborações podem ser depositadas na conta do Instituto Pensar Cacau”, lembrou Dilson Araújo.



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