7 de abr. de 2011

PROFESSORES DA UESC DEFLAGRAM GREVE EM ASSEMBLÉIA


Os professores da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) decidiram em assembleia, realizada hoje (08/04), pela deflagração de greve por tempo indeterminado. Apenas dois docentes se posicionaram contra a paralisação e três se abstiveram. Respeitando o prazo legal de 48 horas, os professores paralisarão as atividades acadêmicas a partir de sexta-feira (8), à tarde.

As reivindicações dos docentes são decorrentes de decisões impostas pelo governador Jaques Wagner, que ferem a autonomia universitária e inviabilizam as atividades fins das universidades, acarretando em uma precarização do ensino, da pesquisa e da extensão. Além disso, o Decreto 12.583, em conjunto com a Portaria 001 de contingenciamento, reedita e agrava medidas do período da crise econômica de 2008, impedindo a licença de docentes para cursar mestrado e doutorado, pois proíbe a contratação de professores substitutos e inviabilizam a mudança de regime de trabalho, se opondo ao Estatuto do Magistério Superior. Também no início deste ano, o governador anunciou corte de mais de R$ 1 bilhão no Orçamento 2011.

Outra questão pendente levantada pelos professores é a da conclusão das negociações relacionadas à Campanha Salarial dos docentes das UEBA. O governo insiste na assinatura de um acordo que contem uma cláusula, apresentada em dezembro do ano passado, as vésperas da conclusão do processo, impedindo a abertura de novas negociações que impliquem impacto orçamentário. Na prática, além de impor um congelamento de salários por quatro anos, caso a proposta fosse aceita pelos docentes, a medida também congelaria até 2015 reivindicações históricas do Movimento Docente quanto à promoção na carreira, concessão de dedicação exclusiva e realização de concursos públicos para novas contrações.

Por estes e tantos outros motivos, o governo Wagner, empurrou o Movimento Docente para uma radicalização que gerou a greve na UESC e na UESB. A categoria, diante de tantos ataques, não pode se calar e esperar que as condições de trabalho e as universidades sejam, cada vez mais, precarizadas.




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