Grande Albione,
A luta pela reativação e revitalização do Museu do Lavrador deve ser encampada por cada pessoa, ipiauense ou não, que tenha amor a essa terra e que conhece a importância de valorizarmos a luta dos nossos antepassados. Eu me lembro com o hoje, quando tinha 12 pra 13 anos e Hildebrando, então prefeito municipal, visitou meu pai e comentou sobre a idéia do Museu. Doutor Euclides (ou "dotô Ocride"), o grande idealizador do museu fez também uma visita na casa de minha avó, quando a mesma selecionou dezenas de fotos, muitas das quais representativas de momentos históricos de nossa cidade (como da reunião d que criou a pista de pouso de Ipiaú, a reunião da implantação da energia elétrica em nossa cidade entre outras) e as entregou para que fosse utilizada no Museu.
Eu passei alguns dias no porão da Farmácia, selecionando e limpando objetos para o museu. Foram entregues dezenas de frascos de remédios que meu avô produzia na farmácia, instrumentos utilizados por ele (Destiladores de água em cobre, a primeira máquina registradora de Ipiaú, balança de precisão etc), documentos desde a época da fundação da Farmácia Bahia (1938) entre outros. Numas das minhas visitas a Ipiaú, fui até o local (antiga sede do Tiro de Guerra) onde hoje se encontram abandonadas a própria sorte os objetos do Museu e fiquei numa tristeza profunda. Ver que o esforço de muitas pessoas em manter viva a memória dos nossos antepassados está sendo jogado em um balde de lixo é decepcionante. Penso que devemos envolver os outros blogs de nossa cidade, pedir espaço nos programas de rádio e buscar o ministério público. Pensei em entrar com uma ação para recuperar os objetos que foram doados tanto por meu pai como por minha avó.
É preciso valorizar a história de nossa querida cidade para que as atuais e futuras gerações possam se interessar e se envolver com os destinos dela. Somente olhando e valorizando o nosso passado poderemos entender melhor o presente. Segue uma poesia que fala sobre essa valorização em estrofes:
"VALORIZANDO O PASSADO
Dizem que museu é que vive do passado
Concordo plenamente, mas recordar é viver.
Se o que escrevi no verso acima for desprezado
Esta minha estrofe talvez não possa entender.
Cada um de nós na vida tem a sua história
Com percalços e obstáculos pelos caminhos
Tudo isso, nós guardamos na nossa memória.
E vemos que nesta estrada não estamos sozinhos
Quando visitamos um museu aguçamos a mente
Com exemplos de pessoas que alcançaram a glória
O avanço tecnológico ali guarda a sua semente
Inventores escaparam da fogueira e tiveram vitória
Devemos olhar o passado para dar valor a novidade
Não fossem os desbravadores a terra ainda era quadrada
Inventores, artistas e poetas mudaram esta realidade.
As lições do passado hoje emolduram a nossa estrada"
Autor: José Carlos Gueta
Meu amigo Albione, estou nessa luta contigo!
Pablo Pestana Santos
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