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Símbolo da Economia |
*Rondineli Caldas
Ipiaú-Bahia é uma cidade prospera. Como todas as cidades brasileiras, enfrenta diversos tipos de problemas, fruto de anos de administrações municipais, estaduais e federais que desviam o conceito de serviço público para o conceito de serviço em proveito de grupos. Com a desculpa, sem graça, de falta de recursos, quando o que se vê, são grandes quantias de recursos financiando pequenos grupos que enriquecem a custa da máquina púbica, deixando o povo (no sentido de mais necessitados), “a ver navios”, necessitando dos serviços mais básicos.
A cidade, nos últimos anos, dobrou sua arrecadação, passando de aproximadamente R$ 12 milhões arrecadados em 2002, para a casa dos R$ 54 milhões em 2011, obtendo um crescimento significativo de 442% (quatrocentos e quarenta e dois por cento) na sua arrecadação. Nota-se que, neste período, a inflação (IPC) acumulada foi de aproximadamente 60% (sessenta por cento), que dá um crescimento real de 382% (trezentos e oitenta e dois por cento). Lembre-se que: é o índice de inflação (IPC) que serve para corrigir os pagamentos de quase todos os contratos que a Prefeitura celebra, bem como, os salários pagos a seus servidores. Outra informação curiosa é que a população da cidade, segundo o IBGE era de 43 mil pessoas passando, em 2010 para 44 mil, ou seja, se dividirmos a arrecadação por pessoa, criando a arrecadação per-capta anual, tem-se que em 2002 era de R$ 281,25 por pessoa/ano, passando para R$ 1.221,56, por pessoa/ano, o que mais uma vez demonstra o crescimento da arrecadação.
Para os próximos cinco anos, a expectativa é que essa arrecadação volte a crescer significativamente. Isto, em virtude, principalmente, da operação a Usina de níquel Mirabela, que se instalou próxima à cidade, bem como as empresas que estão se deslocando para cidade, acompanhando essa grande indústria de base. Espera-se que a arrecadação do município cresça nesse patamar, ou seja, beirando os R$ 100 milhões no espaço de cinco anos. A questão é: para onde irão esses recursos? como administrar esses recursos? E, como fazer as pessoas mais necessitadas receberem esses recursos?.
A metodologia de administração pública, adotada nos últimos anos na cidade, não deixam dúvidas que não serve de modelo a ser seguido. Os governos de José Mendonça e Deraldinho, não fizeram esses recursos beneficiarem a saúde, a educação, a segurança e a infraestrutura. O que se viu foram escolas abandonadas, com merenda precária, sem informatização, faltando móveis e matérias de utensílios. O que se viu foram postos de saúde sem profissionais para atendimento, sem remédios, sem programas de prevenção, entre outas faltas. O que se vê é uma cidade mal iluminada, esburacada, sem saneamento básico e bairros sem calçamentos e infraestrutura adequada. O serviço social da cidade não funciona de acordo com o mínimo desejado. Os funcionários públicos, nesses últimos anos, obtiveram aumentos apenas para compor as perdas inflacionárias, ou seja, o argumento que a folha de pagamentos aumentou é falho. Então, por que seguir esse modelo de governo?
Um governo socialista para Ipiaú é necessário e viável nesse momento, um governo que têm como pano de fundo, a distribuição de renda, a igualdade social, a erradicação da pobreza e da miséria, a moradia para todos, a educação, a saúde, a dignidade e condições de trabalhos para os servidores públicos, a recuperação salarial desta classe. Em fim, um governo que utilize os recursos arrecadados para a melhoria de vida de sua população. Um governo que não favoreça a grupos políticos, que não desvia recursos para pagamentos de financiadores de campanhas eleitorais, não desvia recursos para o enriquecimento de seus familiares e amigos mais chegados. Esses recursos, da casa dos R$ 100 milhões, nos próximos anos, devem ser utilizados para a melhoria de vida de todos os ipiauenses. Devem ser utilizados para a melhoria do serviço público, com políticas de distribuição de renda e programas sociais que transforme a vida dos mais necessitados. Em fim, um governo socialista.
Acreditar que isso é possível não é se enganar, basta lembrar que na cidade de Ipiaú, na década de 60, em plena ditadura militar, um Prefeito, chamado Euclides José Teixeira Neto, que governou entre (1963-1967), implementou essa política. Basta lembrar que foi Euclides que fez a primeira reforma agrária da Bahia, dando ao povo a localidade que hoje é conhecida como fazenda do povo. Também desapropriou e loteou a localidade, hoje conhecida como Bairro Democracia, além de diversas outras ações que fez de Ipiaú a cidade modelo da Bahia. Isso tudo, realizado em plena ditadura militar. Por que agora não seria possível?
Humanidade, pensar o próximo, ser solidário, distribuir renda, combater a pobreza, fazer a máquina administrativa funcionar em favor dos mais necessitados e não dos mais favorecidos, educação pública de qualidade, saúde de qualidade, essas são as marcas que devem existir num governo socialista. Ou seja, fazer o governo municipal para quem precisa e não para grupos dominadores que arrebatam os recursos sociais em proveito próprio. Estou convencido que em Ipiaú-BA, essas intenções, essa política e esse compromisso só se pode ser detectado no Governo Socialista proposto pela Coligação União Socialista por Ipiaú, liderada pelo Historiador e socialista convicto, Professor Albione.
*Ipiauense; Economista pela UESC/BA; Mestrando em Economia pela UNESP/SP.