Por Expedito Júnior - Advogado e candidato a vice prefeito pela União Socialista por Ipiaú- PSTU/PSOL
Estava hoje pensando, a quem serve a omissão na política do povo que se reúne em torno do nome de Deus, e que professa o evangelho de Cristo, dizendo-se seus seguidores?
Falo não da omissão em relação a “politicagem”, pois com isso muitos líderes e liderados estão envolvidos até o último fio de cabelo, totalmente embebidos nos seu projetos pessoais ou até mesmo corporativistas, mas falo em relação a omissão na defesa e luta desse grupo pelos princípios da honestidade na política, da igualdade entre as pessoas, traduzida no fim da sociedade dividida em classes, onde os mais ricos vivem na opulência e os mais pobres na mais absoluta miséria. Falo da omissão em relação a defesa do meio ambiente, pelo uso racional dos recursos que o Criador nos proporcionou, tudo isso alimentado por um sistema de organização da sociedade que exclui, discrimina e mata, cujo deus é o dinheiro. Uma sociedade onde o vetor é a acumulação individual das riquezas é diametralmente oposta ao plano ideal de uma sociedade nos moldes do Reino dos Céus, descrito na Bíblia, e aos ensinamentos de Cristo na sua pregação contra Mamon.
Interessante é observar que aqueles que hoje estão inseridos na vida política no nosso país e que são cristãos, estão convivendo muito bem com o modelo do capitalismo, e a bancada evangélica no congresso, por exemplo, tem árduos defensores do “status quo” vigente, sempre na defesa da moral individual, o que é reflexo inclusive dos púlpitos onde são doutrinados, em que os temas sociais estão cada vez mais rarefeitos, até porque falar das injustiças nessa área pode ser nada bom, afinal, grande parte das receitas das igrejas vem dos lucros dos empresários, então, é melhor não tocar nesses temas tão espinhosos, a sociedade é assim mesmo e não há nada que possamos fazer para mudar. É melhor falar então da virgindade, das bebidas alcoólicas, dos demônios, como o são os homossexuais (na visão de muitos), e deixar para lá temas que alfinetam e incomodam a classe dominante na sociedade.
O que muitos se esquecem é que existem pecados também de omissão, e não apenas de ação, e a omissão dos cristãos na política realmente transformadora das mazelas que aí estão, é um grave pecado também. Lembrei-me agora de uma fala de Jesus aos fariseus, quando dizia que estes filtravam um mosquito mas engoliam um camelo. Perturbador isso, não?
Na verdade esta omissão serve ao Diabo, para quem acredita em sua existência, e aos poderosos deste mundo, que querem ver cada vez mais homens e mulheres domesticados, calados, omissos e passivos. Não seja você, meu caro leitor, se professa Cristo como seu senhor, mais um desses que citei, seja você líder ou liderado, e seja um agente transformador de sua realidade, sal da terra, exerça seu papel profético, e não permita que nada lhe leve ao engodo e à paralisia de uma vida inútil. Paz!
Ipiaú-Ba, 29 de julho de 2012.
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