José Américo Castro (Jornalista, poeta e memorialista ipiauense) |
Por Paulo Magalhães - Ipiauense , advogado
e professor universitário.
Somente
agora tomei ciência do ocorrido e penso que Ipiaú, às vezes, se assemelha a
Macondo, a cidade do realismo fantástico de Gabriel Garcia Marques. O exemplo
disso é a Câmara Municipal se dar ao luxo de exonerar um profissional do nível de
José Américo Castro, de tamanha integridade, lucidez, capacidade intelectual,
de síntese e argumentativa, cujos escritos atingem aos leitores, provocando
debates, reflexões e encantamentos.
Aliás,
é apontado como um dos melhores jornalistas da Bahia e poeta raro sem paralelo
na literatura brasileira contemporânea, sendo estudado, inclusive nas
faculdades de letras em Salvador. Se tudo isso não bastasse cumpre observar que
estou falando de alguém que possui mais de trinta anos de jornalismo e
dedicados a sua cidade, produzindo matérias, crônicas e poesias; RESGATANDO A
HISTÓRIA SOCIAL, influenciando gerações e pequenos jornais na região. Sem falar
na sua contribuição para a fundação do Grupo Ecológico Papamel, Rádio Livre
Comunitária; nas discussões sobre a criação de um núcleo de memória histórica,
associação de jornalistas e radialistas no município, além das questões
permanentes da cultura local.
Desde
os anos 70 vem divulgando Ipiaú ao adaptar a obra “Os Magros” de Euclides Neto
para o teatro e arrebatar prêmios em festivais de música em Minas Gerais. Foi
correspondente do jornal da A Tarde, lecionou no Colégio Estadual, entre tantas
outras coisas. Se a cidadania constitui atualmente a principal revolução do
nosso tempo, Zé Américo foi o ipiauense que mais lutou pela extensão da
cidadania aos que vivem a margem do desenvolvimento econômico.
Tendo
essa compreensão a Editora Nós & Vós está organizando o seu livro
denominado de “Portas do Éden, versos & prosas”, que além dos seus
escritos, tem ensaios em sua homenagem de Albene Menezes (professora das UNB,
PHD em História), de Evandro Teixeira (um dos melhores fotógrafos do país) do
artista multimídia, Lula Martins, do escritor e historiador Osires Resende, do
jornalista Emiliano José, além de múltiplos relatos da comunidade ipiauense de
todas as gerações e camadas sociais sobre o Cine Éden. Trata-se de uma
experiência inédita no campo editorial brasileiro ao resgatar a história social
de uma cidade (Ipiaú) sob o olhar dos próprios habitantes ou ex-habitantes.
Enfim, acredito na sabedoria política dos
novos vereadores e na pressão da sociedade para conduzir o jornalista Zé
Américo (um dos símbolos da cidade) ao seu cargo. Mais do que meros
procedimentos político-administrativos da racionalidade jurídica, existe o
respeito a pessoa humana, que é a fonte do direito, e a divida de gratidão que
a sociedade ipiauense contraiu com ele pelas razões aqui assinaladas."
Zé Américo merece respeito. Essa atitude da nova presidência da Câmara, reflete o tipo de política utilizada pelo gestor municipal, que é a perseguição pura e simplesmente política, que não respeita a capacidade técnica,profissional e humana.
ResponderExcluirNa história da humanidade não houve império que se perpetuasse no poder, portanto Zé, tenha paciência e vamos à luta para implantar em Ipiaú um sistema político que respeite e trabalhe para construir uma sociedade melhor.