17 de jan. de 2013

SALVE ZÉ AMÉRICO !

José Américo Castro (Jornalista, poeta e memorialista  ipiauense)


Por Paulo Magalhães - Ipiauense , advogado 
e professor universitário.


Somente agora tomei ciência do ocorrido e penso que Ipiaú, às vezes, se assemelha a Macondo, a cidade do realismo fantástico de Gabriel Garcia Marques. O exemplo disso é a Câmara Municipal se dar ao luxo de exonerar um profissional do nível de José Américo Castro, de tamanha integridade, lucidez, capacidade intelectual, de síntese e argumentativa, cujos escritos atingem aos leitores, provocando debates, reflexões e encantamentos.

Aliás, é apontado como um dos melhores jornalistas da Bahia e poeta raro sem paralelo na literatura brasileira contemporânea, sendo estudado, inclusive nas faculdades de letras em Salvador. Se tudo isso não bastasse cumpre observar que estou falando de alguém que possui mais de trinta anos de jornalismo e dedicados a sua cidade, produzindo matérias, crônicas e poesias; RESGATANDO A HISTÓRIA SOCIAL, influenciando gerações e pequenos jornais na região. Sem falar na sua contribuição para a fundação do Grupo Ecológico Papamel, Rádio Livre Comunitária; nas discussões sobre a criação de um núcleo de memória histórica, associação de jornalistas e radialistas no município, além das questões permanentes da cultura local.

Desde os anos 70 vem divulgando Ipiaú ao adaptar a obra “Os Magros” de Euclides Neto para o teatro e arrebatar prêmios em festivais de música em Minas Gerais. Foi correspondente do jornal da A Tarde, lecionou no Colégio Estadual, entre tantas outras coisas. Se a cidadania constitui atualmente a principal revolução do nosso tempo, Zé Américo foi o ipiauense que mais lutou pela extensão da cidadania aos que vivem a margem do desenvolvimento econômico.

Tendo essa compreensão a Editora Nós & Vós está organizando o seu livro denominado de “Portas do Éden, versos & prosas”, que além dos seus escritos, tem ensaios em sua homenagem de Albene Menezes (professora das UNB, PHD em História), de Evandro Teixeira (um dos melhores fotógrafos do país) do artista multimídia, Lula Martins, do escritor e historiador Osires Resende, do jornalista Emiliano José, além de múltiplos relatos da comunidade ipiauense de todas as gerações e camadas sociais sobre o Cine Éden. Trata-se de uma experiência inédita no campo editorial brasileiro ao resgatar a história social de uma cidade (Ipiaú) sob o olhar dos próprios habitantes ou ex-habitantes.

 Enfim, acredito na sabedoria política dos novos vereadores e na pressão da sociedade para conduzir o jornalista Zé Américo (um dos símbolos da cidade) ao seu cargo. Mais do que meros procedimentos político-administrativos da racionalidade jurídica, existe o respeito a pessoa humana, que é a fonte do direito, e a divida de gratidão que a sociedade ipiauense contraiu com ele pelas razões aqui assinaladas."


Um comentário:

  1. Zé Américo merece respeito. Essa atitude da nova presidência da Câmara, reflete o tipo de política utilizada pelo gestor municipal, que é a perseguição pura e simplesmente política, que não respeita a capacidade técnica,profissional e humana.
    Na história da humanidade não houve império que se perpetuasse no poder, portanto Zé, tenha paciência e vamos à luta para implantar em Ipiaú um sistema político que respeite e trabalhe para construir uma sociedade melhor.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...