Por Albione Souza - Professor de História e militante do PSTU
Durante a campanha eleitoral em Ipiaú as candidaturas milionárias de
Deraldino (15) e Cezário (12) envolveram milhares de pessoas que lhe seguiram
nas passeatas, carreatas, festas e toda forma de ilusão tentando seduzir os
votos a qualquer preço. Agora que a festa acabou e à vida começa a voltar ao normal, fica a questão: tanta energia
desperdiçada em bate bocas, disputas revanchistas, ataques pessoais, tudo isso
alimentado por meia dúzia de pessoas sedentas por seus interesses particulares, movidos pelas motivações individuais. Onde fica
o lugar dos debates sadios, desinteressados da minha vantagem, priorizando os
interesses comunas da nossa polis (cidade)?
Cadê os
resquícios das boas sugestões emergidas dos programas eleitorais, para a gestão
públicas, guardadas em nossas memórias, que podem e devem ser reivindicadas por
nós junto ao prefeito eleito? Onde está a capacidade notável de mobilização em
torno dos candidatos e suas cores, números, músicas, cabos eleitorais, blocos
carnavalescos? Sendo que agora é que é tempo de mobilização para garantimos o
direito a uma cidade justas, igualitária que valorize acima de tudo a dignidade
da pessoa humana.
Enfim, até
quando iremos de campanha em campanha, de eleições em eleições, de farra em
farra, de fantasia em fantasia, fazendo da política mais uma brincadeira que
definirá quem será o jacú, ou o bicudo (termos pejorativos), que será pirraçado
tripudiado, pelos supostos eleitores vitoriosos com o resultado da campanha
eleitoral garantindo a massagem do ego de muitos, os contratos e cargos, como moeda de troca, para outros tantos, o abandono e descaso
para a maioria dos homens, mulheres, crianças e idosos que não farão parte dos
planos de gestão dos milhões de reais dos cofres públicos ?
Agora sim
que é o momento de sairmos das nossas casas para garantirmos a aplicação dos
recursos combatendo os principais problemas sociais que nos aflige... A
parceria entre o povo e o candidato não passa de ilusão se não tiver sequencia
durante os 4 anos de gestão, garantida através de reivindicações, mobilizações,
união em torno de ideias, projetos, buscando solucionar os problemas das
comunidades carentes que se acumulam de gestão em gestão, de promessa em
promessa, de ôba-ôba em ôba-ôba, de eleição em eleição. Pois, verdadeiramente a participação
coletiva organizada, após a campanha eleitoral, deveria ser a forma de
conquistarmos a cidade que desejamos; de outra forma, a maioria sempre elegerá mas jamais governará.